sábado, 24 de julho de 2010

Sobre Transnacionalismo...



“Sê plural como o Universo”

Fernando pessoa



Tendo em conta que o sentimento de pertença plural, poderá significar uma maneira de sentir própria, de quem vive lado a lado com culturas distintas, interligando-as e tentando coabitar de forma inclusiva em ambas, e que o sentimento de pertença sincrético significa, o sentir inconsciente que nos define como pertencentes a um sitio, a um valor, tradição, religião, considero que poderá ser um risco para a coesão das sociedades multiculturais, na medida em que este tipo de sentimentos poderá influenciar e dificultar os processos de integração. O gostar dos símbolos da sua identidade, o gostar de se pertencer a um grupo, poderá tornar-nos mais fechados a outros “eus”/”nós” distintos. Os sentimentos nacionalistas muitas vezes saem reforçados pela presença de estrangeiros e pela vontade de defender uma identidade cultural que se sente ameaçada precisamente pela mistura que as novas culturas indiciam. A meu ver é possível uma fusão harmoniosa de culturas. Os símbolos de identidade de ambas podem subsistir apesar da fusão. Ideal será as duas culturas saírem reforçadas dessa fusão e não se anularem uma à outra… O titulo que Maria Abranches escolheu para o seu livro “Pertenças Fechadas em Espaços Abertos” (2007), elucida, (como refere o Professor Doutor Fernando Luís Machado), de uma forma certeira toda esta dinâmica e problemática que envolve o estudo das principais causas de inadaptação social imigrante.

Helena Francisco

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